Borboletas Azuis

           Recentemente li em um livro que, entre outras coisas, falava da história de uma jovem que quando criança brincava de bodas de casamento com suas três melhores amigas – que mantiveram-se no posto pelo resto de sua vida. Nessas celebrações infantis, cada uma das amigas tinha uma tarefa específica. A sua era fotografar, o que era seu hobby adorado desde que seu pai lhe presenteara com uma câmera fotográfica. Esse dia especificamente foi decisivo em sua vida. Os “noivos” já estavam no altar logo após a cerimônia, então uma borboleta azul pousou bem no ramalhete de flores amarelas que a noivinha carregava. Exatamente no mesmo instante, todos olharam para aquela belezinha estarrecidos e naquele mesmo instante, a garotinha apertou o pequeno botão que eternizaria o momento para sempre. A partir dali, ela soube que queria conviver com esse tipo de sensação a vida toda, o que a levou a ser fotógrafa de bodas quando adulta.

            Podemos tirar uma lição dessa cena tão inocente. As borboletas azuis, que são raras, representam nossos instantes de felicidade. Eles devem ser desfrutados e apreciados pois são passageiros. Os instantes felizes podem se dar em um piscar de olhos, como o olhar entre os noivos na nave nupcial, o sentimento contido no olhar de uma mãe ao acariciar e amamentar seu bebê recém-nascido, o frescor do ano por vir no ano novo... ou o pouso de uma borboleta. Cabe a nós perceber esses momentos, captá-los e guarda-los para sempre dentro de nós. Assim, na velhice, quando as borboletas estiverem aparentemente cansadas, poderemos, num momento de nostalgia, abrir a caixinha das lembranças para novamente nos emocionarmos com o “revoo” daquelas borboletas tão queridas.

            Por favor, nunca, nunca mesmo, deixe passar um desses instantes sem lhe dar a importância merecida. Capte, abrace e guarde um desses momentos, pois pode ser que se estenda e gere outros, mas pode ser que seja único e se perda no tempo, tornando-se apenas uma lembrança preciosa. Muitas vezes o orgulho pode nos sufocar a ponto de não nos deixarmos ser tão felizes quanto podemos. Nem toda ocasião é propícia para a felicidade. Você pode até ser feliz para sempre, mas dificilmente será feliz sempre. Isso é uma realidade. Em “O jardim das borboletas”, o poeta Mário Quintana resume o que quero aqui dizer:

“O segredo é não correr atrás das borboletas...

é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar,

não quem você estava procurando,

mas quem estava procurando por você!”

                                                                                                                               Mário Quintana

Nunca postei apenas uma frase, mas acabei de ver uma que me impressionou na sua intensidade:


"Seduza minha mente e terá meu corpo, encontre minha alma e serei sua para sempre."


P.S.: Daqui a pouquinho mais um texto, um que vem sendo tecido há dias em minha mente.
Até já, beijos!!!

Sofrer por amor

            Aprender a amar é um exercício contínuo. A bíblia nos ensina isso em relação ao amor supremo, por assim dizer, mas o conceito pode ser aplicado em todos os “tipos” de amor: o amor fraterno, o amor filial, o amor entre amigos, o amor de dois... No entanto, esse último parece nos pregar peças de vez em quando. Mesmo que possa-se dizer, e eu concordo, que muitas vezes apesar de fazer sofrer, e talvez por isso, não seja amor. Mas, se quando te faz sofrer você acredita que é amor, naquele momento a dor é de amor, mesmo que depois se descubra que não o era. No fim, você sofreu por pensar que era amor, que era para sempre, não foi? Assim, eu o declaro: é dor de amor do mesmo jeito; pelo menos aqui, nesse texto.

            Quando o amor dói, nasce no peito um desespero, uma dor louca. Por instantes, seu mundo se desfaz como um castelo de cartas e se instaura uma plena desordem em sua vida. Seja seu instante um momento, uma hora, um mês ou um ano, passará. Quem se expõe a se apaixonar, também se expõe a não ser correspondido, a ser mal interpretado, a ser ignorado. Ou pode-se reunir tudo isso e dizer: Quem se expõe a se apaixonar, se expõe também a não ser amado. É assim, sempre foi e realmente é certo que seja para sempre. O amor é um ato de doar-se, se estiver relacionado ao receber, por certo que é um amor frágil. Receber é o esperado, ansiado ardentemente, mas nunca é uma certeza. Recentemente, ouvi dizer que os velho ditados só são velhos por que são certos. “O amor é uma loteria”. Este é mais um ditado verdadeiro. Meu bem, jogue-se, lance suas apostas! Não há certezas? Você quer uma garantia? Não há. Se você vencer, no entanto, o prêmio é preciosíssimo...

            Hoje eu quero dizer o seguinte: se você sofreu, ou está sofrendo por amor, é efêmero, é temporário, é o Senhor agindo e te aperfeiçoando para o amor da sua vida. Bem, eu não sei você, mas eu acredito, e quero acreditar mais, com todas as minhas forças. Para a maioria das pessoas, sofrer é aprender a amar. Pense nisso com carinho, acalante a sua dor no Senhor, ele é mestre, pHD nisso. Mesmo quando seu coração parece querer rasgar-se. Pode acreditar, se não o aconteceu, foi por que Ele o segurou em suas mãos como se faz com um passarinho que saiu do ninho. É o lugar mais seguro de estar.

“Por que quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.”

1 Cor. 13:10