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sábado, 26 de abril de 2014

Borboletas Azuis



           Recentemente li em um livro que, entre outras coisas, falava da história de uma jovem que quando criança brincava de bodas de casamento com suas três melhores amigas – que mantiveram-se no posto pelo resto de sua vida. Nessas celebrações infantis, cada uma das amigas tinha uma tarefa específica. A sua era fotografar, o que era seu hobby adorado desde que seu pai lhe presenteara com uma câmera fotográfica. Esse dia especificamente foi decisivo em sua vida. Os “noivos” já estavam no altar logo após a cerimônia, então uma borboleta azul pousou bem no ramalhete de flores amarelas que a noivinha carregava. Exatamente no mesmo instante, todos olharam para aquela belezinha estarrecidos e naquele mesmo instante, a garotinha apertou o pequeno botão que eternizaria o momento para sempre. A partir dali, ela soube que queria conviver com esse tipo de sensação a vida toda, o que a levou a ser fotógrafa de bodas quando adulta.
            Podemos tirar uma lição dessa cena tão inocente. As borboletas azuis, que são raras, representam nossos instantes de felicidade. Eles devem ser desfrutados e apreciados pois são passageiros. Os instantes felizes podem se dar em um piscar de olhos, como o olhar entre os noivos na nave nupcial, o sentimento contido no olhar de uma mãe ao acariciar e amamentar seu bebê recém-nascido, o frescor do ano por vir no ano novo... ou o pouso de uma borboleta. Cabe a nós perceber esses momentos, captá-los e guarda-los para sempre dentro de nós. Assim, na velhice, quando as borboletas estiverem aparentemente cansadas, poderemos, num momento de nostalgia, abrir a caixinha das lembranças para novamente nos emocionarmos com o “revoo” daquelas borboletas tão queridas.
            Por favor, nunca, nunca mesmo, deixe passar um desses instantes sem lhe dar a importância merecida. Capte, abrace e guarde um desses momentos, pois pode ser que se estenda e gere outros, mas pode ser que seja único e se perda no tempo, tornando-se apenas uma lembrança preciosa. Muitas vezes o orgulho pode nos sufocar a ponto de não nos deixarmos ser tão felizes quanto podemos. Nem toda ocasião é propícia para a felicidade. Você pode até ser feliz para sempre, mas dificilmente será feliz sempre. Isso é uma realidade. Em “O jardim das borboletas”, o poeta Mário Quintana resume o que quero aqui dizer:




“O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar,
não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você!”
                                                                                                                               Mário Quintana

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